img
img

Grupo Petrópolis fortalece modelo de negócios com sustentabilidade

Publicado em 25/09/2024 às 14:29 edição Lenilde Pacheco


img

Diego Gomes: cuidados ambientais proporcionam expressivos impactos positivos - Foto: Marketing/Grupo Petrópolis

Lenilde Pacheco*

Quando a indústria de bebidas adota práticas sustentáveis, está em busca de ética ambiental e de um modelo de negócios que contribua para reduzir custos, minimizar riscos e atender às expectativas de consumidores e reguladores. Foram essas as diretrizes adotadas pelo Grupo Petrópolis, que apresenta resultados dessa política no Relatório Anual de Sustentabilidade 2023.

Entre as novidades incluídas na quarta edição do documento, a companhia destaca a adesão ao Pacto Global da ONU, um compromisso com os princípios que regem o desenvolvimento sustentável. Para minimizar o impacto do processo produtivo, a ênfase é dada à necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa por hectolitro produzido; implementar economia circular visando aterro zero nas fábricas e impactar 10 mil famílias por meio do Programa Cidade Sustentável.

O relatório aponta o resultado alcançado com as ações de economia circular. O Grupo Petrópolis obteve uma receita recorde de R$ 30 milhões com a destinação dos resíduos industriais, no ano passado. Estudos realizados pela companhia, somados às parcerias, permitiram inserir resíduos da fabricação de cerveja em novos processos produtivos.

“É imensa a satisfação de ver documentada essa trajetória de crescimento e os frutos colhidos. Renovamos nosso compromisso em defesa das questões ambientais, sociais e de governança (Agenda ESG), com melhoria contínua, inovação em nossos processos, produtos e serviços, de forma a manter o alinhamento com as melhores práticas do mercado”, afirmou o gerente de Sustentabilidade e Melhoria Contínua do Grupo Petrópolis, Alaércio Nicoletti.

Criado em Petrópolis (RJ), o grupo se tornou a maior empresa com capital 100% nacional do setor. Produz cervejas, bebidas alcoólicas e não alcoólicas, associadas ao paladar do consumidor brasileiro. Possui unidades em Petrópolis, Teresópolis (RJ), Alagoinhas (BA), Boituva (SP), Bragança Paulista (SP), Rondonópolis (MT), Itapissuma (PE) e Uberaba (MG).

Para o diretor industrial Diego Gomes, os cuidados com aspectos ambientais, sociais e de governança visam não somente minimizar os riscos, mas principalmente transformá-los em impactos positivos. O setor já convive com as consequências das mudanças climáticas que alteraram o ciclo de produção do lúpulo (planta usada na produção de cerveja) em lugares onde o plantio sempre foi próspero. “Isso desafia todo o mercado e abre uma janela de oportunidades para avançarmos no cultivo de lúpulo no Brasil, considerado promissor para essa cultura”, assinala.

Com crescentes investimentos na agenda verde, a companhia intensificou os trabalhos para a comunidade, com destaque para o Programa de Educação Socioambiental, o Programa Cidade Sustentável e o Projeto de Circularidade do Vidro, todos com bons resultados.

Educação Ambiental

Em seis cidades de cinco estados onde o Grupo possui fábricas, os programas avançaram, abordando temas como energia, gestão de resíduos, coleta seletiva e mudanças climáticas em programação apresentada para as escolas locais. Desde 2010, esse plano contribui para a formação ambiental de milhares de alunos e professores de escolas municipais. Em 2023, o programa abrangeu 34 escolas e impactou diretamente mais de 7 mil pessoas.

Em parceria com a CervBrasil, por exemplo, as ações para Cidade Sustentável visam conscientizar a comunidade sobre a importância da redução do consumo de água e energia, reciclagem de embalagens pós-consumo. O Projeto Circularidade do Vidro, em colaboração com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), busca otimizar a cadeia de reciclagem, com a participação de bares, restaurantes e universidades para captar vidro pós-consumo.

O relatório mostra, ainda, que no ano passado o Grupo Petrópolis gerou 308.908 toneladas de resíduos sólidos, e quase 100% foram destinados para reciclagem, compostagem ou coprocessamento. Apenas 0,17% (501.595kg) de rejeitos foi enviado para aterros sanitários. A fábrica localizada em Boituva (SP), transformou resíduos em fermento seco para ração animal, enquanto a de Itapissuma (PE) iniciou a compostagem interna de resíduos orgânicos.

Contudo, é necessário observar que a produção de bebidas exige grande quantidade de recursos naturais e o uso eficiente de água. O setor também é um dos maiores geradores de embalagens. Portanto, o foco em sustentabilidade inclui desde os eficientes sistemas de logística reversa e economia circular até os projetos de eficiência energética e apoio às comunidades locais. O desafio é enorme. Mas os resultados colhidos fortalecem a confiança na empresa e criam valor além dos lucros financeiros, fazendo com que os adeptos da economia verde estejam mais preparados para o futuro.

* Lenilde Pacheco é jornalista especializada em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.