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KitKat se rende ao apelo sustentável e busca neutralidade em carbono

Publicado em 05/07/2021 às 08:57 edição Lenilde Pacheco


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Pará: produção da palma com sustentabilidade - Foto: Agropalma/Divulgação

Uma das marcas de chocolate mais populares do mundo, a KitKat comprometeu-se a se tornar neutra em carbono até 2025. Como parte do plano, visa reduzir em mais de 50% as emissões geradas pelo fornecimento de seus ingredientes, a fabricação de seus produtos e distribuição.

A maioria das emissões ocorre durante a produção dos ingredientes do KitKat, como cacau e leite. A marca reduzirá essas emissões ao máximo, por meio de iniciativas como a restauração de florestas e o apoio à transição para a agricultura regenerativa.

Com relação a quaisquer emissões que não possam ser eliminadas, a marca investirá em compensações de alta qualidade baseadas soluções climáticas naturais.

KitKat está trabalhando com The Carbon Trust, uma consultoria global em mudança climática e sustentabilidade, para medir a atual pegada de carbono da marca, devendo concluir esse processo até o final de 2021.

O desmatamento é um dos principais impulsionadores globais das emissões de carbono na cadeia de fornecimento agrícola. A Nestlé tem usado inúmeras ferramentas nos últimos dez anos, inclusive certificação, mapeamento da cadeia de fornecimento e imagens de satélite, para cumprir com o seu compromisso de não desmatamento.

Destruição da mata

Há exatos cinco anos, o Greenpeace viralizou campanha na internet para denunciar a Nestlé por uso do óleo de palma da empresa indonésia Sinar Mas na fabricação do KitKat. A Sinar vinha destruindo a mata nativa, ocasionando a morte dos orangotangos e contribuindo para que a Indonésia ocupasse o terceiro lugar no ranking dos emissores de gases do efeito-estufa.

A Nestlé respondeu imediatamente que pararia de comprar o óleo de palma da Sinar Mas. Depois de ouvir centenas de milhares de pessoas dizendo que não consumiriam mais seus produtos, a empresa adotou nova política interna que exclui o desmatamento de florestas tropicais de sua linha de produção. Informou aos seus fornecedores que não  compraria matéria-prima de fazendas ligadas ao desmatamento. De lá para cá, a Nestlé mantém sistema de gestão ambiental em busca de melhoria contínua.

Sustentabilidade

No Brasil, uma parceria da Conservação Internacional e da Agropalma faz do Centro de Endemismo de Belém (CEB) núcleo de produção da palma comprometido com a sustentabilidade. O CEB​​ é uma das regiões mais ricas da Amazônia, mas também uma das mais ameaçadas: cerca de 70% das suas florestas já foram desmatadas para dar lugar a cidades e a uma agropecuária de baixa produtividade. Nos últimos 10 anos, o óleo de palma ganhou novos incentivos para a produção na região, responsável por quase 90% da produção nacional de óleo de palma.​

O óleo de palma, também chamado de azeite de dendê, é extraído, um fruto dado pelo dendezeiro, uma palmeira originária da África que foi trazida ao Brasil no século XVII e se adaptou bem no Litoral baiano devido ao clima tropical. A Malásia e a Indonésia, por possuírem clima favorável, são os maiores cultivadores de óleo de palma do mundo.

Culinária baiana

Um dos principais ingredientes da famosa culinária baiana e símbolo da cultura no Estado, o azeite de dendê está escasso nas prateleiras e fábricas. A falta de azeite decorre da redução da safra do fruto na Bahia, segundo maior produtor do país. Nos últimos cinco anos, o recuo foi de 37%, segundo o presidente da Cooperativa dos Pequenos Produtores Rurais (Coomtrata) e do Sindicato dos Produtores Rurais de Nazaré, Demétrio D’Eça.

Os produtores baianos atribuem a situação à falta de estímulo financeiro e técnico para alavancar a produtividade, fazer o replantio de áreas e introduzir novas tecnologias. A rentabilidade caiu por não haver renovação do plantio com variedades produtivas; ausência de assistência técnica permanente e falta de crédito rural para os produtores, descreve o líder dos produtores.