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Empresas de software se mobilizam para fortalecer a etapa social da jornada ESG

Publicado em 08/11/2023 às 07:29 edição Lenilde Pacheco


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Julia Adorno Quartarolo: pesquisadora do grupo Bioeconomia Circular Sustentável

Por Julia Adorno Quartarolo e Denny Thame*

Para a consolidação de uma empresa no mercado é altamente necessário que ela construa fortes laços com seus clientes, funcionários e fornecedores, juntamente com ações que ajudem a comunidade na qual se inserem e quais impactos sociais trazem. Essa é a principal essência do S, contido na sigla ESG, do inglês para ambiental, social e governança.

Cada vez mais se leva em consideração a análise de como as empresas se relacionam com seus stakeholders (clientes, acionistas, fornecedores e comunidade) e como constrói sua responsabilidade social para a qualidade de vida de diferentes indivíduos, comunidades e a sociedade de forma geral, além dos critérios éticos.

Não basta o obrigatório cumprimento da legislação dos direitos trabalhistas, por exemplo. Uma empresa socialmente responsável busca refletir positivamente na vida dos funcionários assim como, reconhecer as necessidades e dificuldades que cada um possui e que perpassa as condições de trabalho.

Com esse propósito, muitas empresas promovem a evolução e melhoria constante da cultura organizacional de modo a valorizar a pluralidade e diversidade da força de trabalho; criam segurança contra discriminações, assédios e preconceitos; investem em projetos que contribuam para desenvolvimento local; estimulam o desenvolvimento profissional dos funcionários.

São iniciativas que beneficiam não somente a sociedade, mas também as próprias empresas, fazendo com que seus fornecedores, clientes e equipe sejam mais valorizados. Aumenta a satisfação, sinergia e produtividade, ao mesmo tempo que diminui falhas, reclamações e gastos.

Este processo inclui um olhar atento aos clientes, a fim de entender suas necessidades e compreender com extensão o que o satisfaz sempre se prendendo a uma excelente abordagem e tratamento deles fazendo uso de inovações em produtos e soluções transformando os investimentos nessas áreas em fidelidade de clientela e boa reputação organizacional. E ainda melhor que esse relacionamento seja fundado em confiança, construindo com base nos impactos positivos que as ações corporativas trazem para a comunidade, impactos sociais, ambientais e de governança.

Uma das etapas desta jornada inclui a ajuda e promoção de projetos sociais para as comunidades em que a empresa está inserida, como projetos que auxiliem na educação, na saúde e/ou segurança da comunidade, elementos que contribuam para fortalecer a qualificação da mão de obra no âmbito da comunidade, saudável para a própria empresa no futuro.

Nessa linha a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) lançou a campanha de “Mobilização para redução da desigualdade”, cujo objetivo é aumentar a inclusão social promovendo a capacitação na área digital com uso dos recursos obtidos por meio da reciclagem de equipamentos de T.I. descartados pelas empresas participantes do projeto.

Essas empresas ganham vantagens como, poder se destacar no mercado por estar participando efetivamente da solução de um problema social, incluir mais a ação no portfólio de suas práticas ESG, além de que a organização do projeto já proporciona isenção dos custos de logística do descarte de equipamentos e um relatório do impacto socioambiental, que pode ser usado no relatório de sustentabilidade e responsabilidade social da empresa, juntamente com o selo e certificado de participação do projeto.

A iniciativa é aberta a todas as empresas do território nacional, associadas à ABES ou não. Trata-se de um movimento liderado pelo Pacto Global, iniciativa da Organização das Nações Unidas focada em aumentar o comprometimento dos negócios com os direitos humanos e com alguns princípios basilares.

 

* Julia Adorno Quartarolo é pesquisadora do grupo Bioeconomia Circular Sustentável da Esalq-USP; Denny Thame é fellow do Think Tank ABES.