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Mercado exigirá cada vez mais indicadores de impacto social, avalia especialista

Publicado em 02/12/2024 às 02:46 edição Lenilde Pacheco


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A tendência para os próximos anos é que as empresas e o mercado criem novos indicadores de tomada de decisão, que mensurem os impactos sociais e ambientais. Essa é a conclusão do empreendedor e líder da Jornada ESG, Marcel Guariglia, ao retornar de uma expedição sobre sustentabilidade de oito meses, período em que percorreu 65 mil km de carro, do extremo sul Ushuaia (Argentina) ao extremo norte Alasca (EUA). Guariglia visitou 18 países, 201 iniciativas sustentáveis e negócios de impacto.

“A ciência de dados será cada vez mais essencial como ferramenta estratégica para antecipar tendências e embasar decisões empresariais com foco em desenvolvimento sustentável e diferencial competitivo”, resumiu o empreendedor Marcel Guariglia, após análise do resultado da agenda ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) nos locais visitados.

Segundo ele, a sociedade está mais consciente sobre as questões sociais, ambientais e sobre o próprio consumo. “Caducou a famosa frase do prêmio Nobel Milton Friedman de que o único propósito de uma empresa é gerar lucro para os acionistas. Ao longo da Jornada ESG percebemos que não é mais possível gerar riquezas sem compensar os muitos passivos sociais que ficam para trás no processo produtivo. A quebra de confiança desses valores altera desde a atitude do consumidor, que pode deixar de recomendar uma empresa, até uma maior dificuldade no acesso ao crédito”, explicou Guariglia

Para o empreendedor, o planeta caminha para um ponto de não retorno nos próximos anos, em que as empresas precisarão ter clareza sobre o impacto social e ambiental negativos de suas ações. Basta observar que a agenda climática já está sendo tratada como “emergência climática”. Segundo Marcel, ainda falta muita informação sobre a importância das ações ESG. por isso, durante três anos, ele planejou uma expedição com o objetivo de desmistificar a sigla ESG, evidenciar sua relação com a economia, o mercado de capitais e as estratégias empresariais, além de conectá-la aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.”

“Se uma ação impacta o clima, veremos as consequências em diferentes setores de atividade, como os recursos hídricos das cidades, o agronegócio, o fornecimento de alimentos e diversas outras áreas”, acrescentou. “A nossa jornada ESG buscou entender quais são os efeitos de se ignorar esses impactos na tomada de decisão. Se pensarmos, por exemplo, nas enchentes do Rio Grande Sul, quantos bilhões de prejuízos para a economia? E quantos para a sociedade? E estamos falando de algo que já era previsto por especialistas e órgãos nacionais e internacionais. São indicadores como esses o que mercado necessita cada vez mais ter em mãos para poder se antecipar”.

A Jornada ESG resultou em uma plataforma de conhecimento (Link) em que é possível conhecer as principais tendências ESG, iniciativas sustentáveis, negócios de impacto, soluções de economia circular e inovações tecnológicas integradas a metas sociais e ambientais. Guariglia explica que uma nova economia está sendo construída a partir da cultura do propósito, a valorização dos direitos humanos e a conservação do meio ambiente.

Plataforma reúne soluções sustentáveis

A plataforma de conhecimento reúne 201 soluções inovadoras e sustentáveis em um espaço para gerar conexões e fortalecer as novas economias de impacto ou as chamadas economias verdes.

“A diversidade de iniciativas inovadoras, inclusivas e sustentáveis nesses 18 países nos demonstram a possibilidade de soluções que temos para atender o compromisso com os 17 ODS, aplicada à Agenda 2030 da ONU. Observamos que, quando há empenho do setor público, da iniciativa privada e da sociedade civil organizada, é possível acelerar e avançar na agenda climática, de direitos humanos, redução das desigualdades e combate a pobreza”, assinalou Guariglia.

Conheça alguns projetos inovadores e sustentáveis nas Américas

BRASIL

ONG Gerando Falcões (SP)
CTE – Inovação para Cidades mais sustentáveis (SP)
Lawgorithm – Pesquisa em Inteligência Artificial (SP)
A Única Cia de Ballet de Cegos do Mundo (SP)
Amazônia 4.0 – Desenvolvimento de Economias da Floresta e Combate as Mudanças Climáticas (PA)
Projeto Pecuária Verde (PA)
Instituto Água Viva – Desenvolvimento do Semiárido Nordestino (ES)
Future Climate Group – Soluções Climáticas e geração de créditos de CO2 (AM)

ARGENTINA

RAMCC – Organização dedicada a agenda climática e combate ao aquecimento global no país

 

CHILE

HIF Global – Hidrogênio Verde no Chile. O país se tornou exportador de biocombustível pela primeira vez na história
BOLÍVIA

Pueblo Diferente – Acesso à educação de qualidade e combate às desigualdades

PERU

Trazapp – Rastreabilidade e Pesca Sustentável

COSTA RICA

CRDC Global – Inovação transforma resíduos em construção regenerativa
EL SALVADOR

Dito Banx – Fomento ao acesso da Moeda Bitcoin e bancarização de mais 70 mil pessoas

MÉXICO

Start Up Renassaince – Organização que promove a estimulação de chuvas nas nuvens para converter o clima em regiões secas ou onde existe falta de acesso a água

ESTADOS UNIDOS

The Plant – Inovação em pesquisa e desenvolvimento para alimentos do futuro (Chicago)
City Relief – Iniciativa dedicada a atender mais de 100 mil moradores (Nova York)
AI For Good – Pesquisa e tendências em Inteligência Artificial (São Francisco)