O desenvolvimento da meliponicultura se transformou em oportunidade para dez comunidades localizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Joanes-Ipitanga e na Bacia do Rio Jacuípe. Iniciativa do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em parceria com o Conselho Gestor da APA e a empresa Bridgestone, o programa chega agora à sua segunda etapa, valorizando a biodiversidade, a geração de renda e melhoria na qualidade de vida de mais de 50 agricultores familiares.

O engenheiro agrônomo e representante do Inema na gestão da APA Joanes-Ipitanga, Geneci Braz, explica que o projeto é participativo. “Um trabalho estruturado na perspectiva de produzir mel de alta qualidade e outros subprodutos, gerar renda e impulsionar a polinização da nossa flora, contribuindo para a ampliação dos serviços ambientais. Ressaltamos, também, a importância das espécies nativas, como a abelha Uruçu, que está na lista vermelha dos animais ameaçados de extinção”, disse.

Nesta segunda etapa, além de receberem caixas e outros insumos, os criadores participarão de cursos de capacitação em meliponicultura e assistência técnica mensal, para aprender as melhores práticas de manejo, produção e comercialização do mel. Até o dia 22 de fevereiro, a equipe visitará todos os beneficiados, fazendo a manutenção periódica, já nos meses de março e abril serão realizadas capacitações nas comunidades atendidas.

Responsável técnico e instrutor, Marcos Abelha falou sobre o empenho e adesão dos beneficiados. “Durante este momento de visitas para manutenção, observamos se estão realizando os cuidados necessários ao tempo que passamos orientações e dicas para melhor reprodução da colônia e coleta do mel. Já são mais de 100 colônias de abelhas repassadas aos agricultores e nosso objetivo é chegar, ao final do ano, numa perspectiva de 400 colônias”, afirmou.

Entusiasta do projeto, a presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais da Fazenda Petecaba, Maria Clara, falou sobre a mudança na mentalidade dos agricultores da região e agradeceu o apoio do Inema. “Aqui, em Candeias, não sabíamos dos benefícios da criação das abelhas sem ferrão. Hoje, temos seis participantes no projeto, mas já existe uma lista de espera, que estão vendo o sucesso das nossas criações. Eu comecei com uma caixa e agora já tenho 10 colônias”, enfatizou. Esta etapa conta com o apoio da empresa Bridgestone, como cumprimento de condicionante de licenciamento ambiental.