Documentário registra tragédia que atinge quase 60 mil pessoas em Maceió
Publicado em 17/11/2022 às 08:53 edição Lenilde Pacheco
Terreno instável e casas abandonadas - Foto: Instituto do Meio Ambiente (IMA/AL)
O Ministério Público Federal acaba de lançar o documentário ‘Cidade Rachada – A atuação do MPF no caso do afundamento de bairros em Maceió’ que registra a tragédia vivida na capital alagoana, onde quase 60 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas devido à instabilidade do solo e rachaduras nas paredes das residências. Disponível no canal MPF, no YouTube, o episódio faz parte da série Interesse Público que desta vez trata das consequências da extração mineral realizada em área urbana.
O vídeo aborda o pesadelo vivido por parte da população de Maceió, desde 2018. O drama teve início com tremores de terra decorrentes de um desastre geológico causado pela extração de sal-gema pela petroquímica Braskem. As consequências afetaram a vida de milhares de pessoas.
Relatório do Serviço Geológico
Em maio de 2019, a CPRM (Serviço Geológico do Brasil) apresentou um relatório apontando a mineração como causa do afundamento e, com mais estudos posteriores, viu que extensão do problema era maior e ampliou o mapa de risco para, além do Pinheiro, os bairros de Bebedouro, Bom Parto e Mutange – todos também residenciais e cuja população soma cerca de 58 mil pessoas.
A extração de sal-gema em área urbana foi realizada pela Braskem, no subsolo da capital alagoana, ao longo de quatro décadas. A empresa chegou a rebater o laudo do Serviço Geológico, mas depois recuou e passou a arcar com os custos dos aluguéis e mudanças de moradores. Elaborou um plano de desocupação e paga indenizações que geram reclamações de moradores e comerciantes.
Ações civis
O documentário ‘Cidade Rachada’ retrata o trabalho do MPF e as dificuldades vividas pelos moradores. O relato mostra como a história começou e os obstáculos para o MPF atuar no caso. Foram ações civis públicas para indenização aos moradores (patrimoniais e morais), responsabilização da empresa por danos ambientais, estudo em todas as minas e plano de fechamento dos 15 poços de extração de sal-gema, matéria-prima usada na fabricação de soda cáustica e PVC.
Em dois blocos, o telespectador conhecerá o início do processo de rachaduras das casas, afundamento do solo e a busca de explicações. No terceiro e último bloco, a reportagem traz a situação atualizada do problema e entrevista com as procuradoras da República do Grupo de Trabalho Caso Pinheiro/Braskem: Júlia Cadete, Juliana Câmara, Niedja Kaspary e Roberta Bomfim.
O Programa Interesse Público é uma revista eletrônica semanal produzida pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República, em parceria com a produtora Chá com Nozes e com a colaboração das Assessorias de Comunicação das unidades do MPF em todo o país.
Episódios inéditos vão ao ar às sextas-feiras, às 20h, na TV Justiça. Reprises aos sábados, 5h30; domingos, 17h30; segundas 10h; terças 11h30 e quartas 5h. Você também pode acompanhar o programa pela internet, no site TV Justiça, ou acessar as reportagens no Canal MPF, no YouTube.
O programa também é retransmitido por quase 30 emissoras parceiras distribuídas pelo Brasil: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Documentário está disponível em: www.youtube.com/canalmpf