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Com R$ 45 milhões, BNDES seleciona projetos para a conservação de corais

Publicado em 19/02/2025 às 08:09 edição Lenilde Pacheco


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Já estão classificados 12 projetos; seis deles terão apoio imediato - Foto: Divulgação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ampliou de R$ 30 milhões para R$ 45 milhões do total de recursos, oriundos do Fundo Socioambiental do Banco, disponíveis para a chamada pública BNDES Corais, que se destina a projetos que visem contribuir para a conservação de recifes de corais rasos e bancos de corais. Os recifes de corais são conhecidos pela sua diversidade e importância no ecossistema oceânico e têm sido bastante impactados pelos fenômenos climáticos.

O aumento de recursos do BNDES para a chamada ocorreu em resposta à quantidade de bons projetos inscritos na seleção pública e à urgência climática nos ambientes coralíneos, principalmente o fenômeno de branqueamento dos corais. Foram classificadas propostas direcionadas a recifes rasos localizados no litoral compreendido entre os estados da Bahia e Ceará e aos dois grandes bancos de corais brasileiros localizados em Parcel Manoel Luís (MA) e Abrolhos (BA/ES).

“Como as regras da chamada exigiam no mínimo 50% de contrapartida dos parceiros, a ampliação de recursos fará com que os investimentos da iniciativa BNDES Corais saltem dos R$ 60 milhões inicialmente previstos para cerca de R$ 100 milhões, uma vez que alguns dos selecionados oferecerão contrapartidas maiores que o estipulado pelo BNDES”, explicou o superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri.

Com a ampliação dos recursos, será possível a convocação imediata do dobro de projetos que seriam atendidos. Ao todo, foram apresentados 16 projetos, dos quais 12 atenderam aos critérios específicos da chamada. Inicialmente, seis projetos deverão apresentar documentação para do trâmite de aprovação do BNDES e outros seis projetos permanecerão em cadastro de reserva.

Os projetos escolhidos têm como foco principal ações inovadoras para a proteção de recifes de coral, abordando iniciativas como melhoramento da qualidade das águas das bacias que alimentam os corais; combate à pesca predatória pela geração de renda alternativa; ordenamento do turismo comunitário ligados a corais; combate a espécies exóticas; e mapeamento, monitoramento, manutenção e recomposição de corais.

Para a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campelo, o apoio a esses projetos é estratégico para a preservação do meio ambiente e o fortalecimento das economias locais, reafirmando o compromisso do Banco com a conservação e a inclusão socioprodutiva: “Os recifes de coral são organismos vivos essenciais para a biodiversidade marinha, além de representarem uma oportunidade única de inclusão socioprodutiva”, afirmou. “Por meio de iniciativas como o turismo de base local, esses projetos promovem não apenas a conservação, mas também o desenvolvimento sustentável de comunidades que dependem diretamente desses ecossistemas. Como dito no lançamento da chamada, trata-se de uma ação de vanguarda do BNDES na agenda azul”, completou.

Seleção

A avaliação foi levada à apreciação do Comitê Consultivo do Fundo Socioambiental (CCFS), que destacou a relevância e o impacto das propostas submetidas. Todos os projetos serão notificados, sendo os seis primeiros selecionados nesta rodada encaminhados para análise detalhada. Saiba mais

Confira a lista dos projetos classificados para apoio imediato:

  • Projeto Abrolhos Trindade + Resiliente – Proponente: Conservação Internacional;
  • Projeto Mares da Baía de Todos os Santos – Proponente: Associação Pró-Mar;
  • Corais entre Manuel Luís e Vitória-Trindade – Proponente: Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest);
  • Coral Vivo – Regenera – Proponente: Instituto Coral Vivo;
  • Oásis Submerso Conservação dos Recifes de Coral/SE – Proponente: Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese);
  • Saúde Ecossistêmica dos Recifes de Coral – Proponente: Instituto Nautilus.

BNDES Azul

Iniciativa lançada em janeiro de 2024 para reforçar a importância da Economia Azul no Brasil. A Sociobioeconomia Azul, base do BNDES Azul, caracteriza-se pela geração de riqueza e de benefícios ainda não comercializados, porém já em processo de mensuração, como armazenamento de carbono, proteção costeira, valores culturais e biodiversidade.

O BNDES Azul, na sua vertente de meio ambiente, já possui editais para manguezais, em parceria com a Petrobras; financiamento aos estudos para implementação do Planejamento Espacial Marinho do Brasil; e, agora, o BNDES Corais.