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Appian e Atlantic Nickel apostam no reflorestamento da Mata Atlântica

Publicado em 02/07/2025 às 12:27 edição Lenilde Pacheco


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O Viveiro de Mudas está preparado para produção contínua e educação ambiental - Foto: Appian e Atlantic Nickel/Divulgação

Lenilde Pacheco*

O setor de mineração incorporou cuidados ambientais e metas para a redução das desigualdades sociais, indispensáveis ao desenvolvimento econômico sustentável. Os resultados práticos são registrados em relatórios, como demonstra a Appian Capital Brazil, fundo de investimento privado especializado em mineração, que atua com a Atlantic Nickel (ATN) para reduzir impactos e recuperar áreas da Mata Atlântica, situadas no Sul da Bahia.

A Appian e a Atlantic Nickel, ativo do grupo produtor de níquel sulfetado, conduzem um plano para proteção da biodiversidade, recursos hídricos e comunidades a partir do reflorestamento de 274 hectares de Mata Atlântica. Equivale a 383 campos de futebol, abrangendo Áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente (APPs), no entorno das cidades de Ipiaú e Itagibá, na Bahia, onde a Atlantic Nickel mantém as suas operações.

Para manter o ritmo necessário à recuperação da floresta, a Appian possui um Viveiro de Mudas em Itagibá, área de atuação da Atlantic Nickel, com capacidade total de produção de 120 mil mudas/ano, de espécies típicas da Mata Atlântica, como pau-brasil, ipê-amarelo, ingá-de-metro, nativas do bioma local. As mudas são destinadas a projetos de reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e iniciativas socioambientais promovidas na região.

“O nosso compromisso com o meio ambiente e o desenvolvimento não está vinculado somente às exigências da legislação ambiental brasileira, mas também aos padrões internacionais de sustentabilidade e à relevante responsabilidade social do grupo”, afirma Diogo Oliveira, diretor de ESG e Pessoas da Appian Capital Brazil. “Investimos mais de R$ 8,5 milhões em revegetação, monitoramento e proteção da Mata Atlântica, no período 2018-2024”.

Para a recuperação da vegetação nativa, o Viveiro de Mudas está preparado para produção contínua. A área destinada ao especializado cultivo de plantas possui mil metros quadrados, incluindo o espaço interno e de rustificação, um necessário processo de adaptação das espécies às condições adversas, como sol intenso, ventos fortes, baixas temperaturas e falta de água, a fim de garantir sobrevivência e desenvolvimento em mais diversos ambientes e temperaturas.

Este projeto da Appian e a Atlantic Nickel também inclui atividades de educação ambiental junto à comunidade local. Escolas e organizações da região agendam visitas ao viveiro para conhecer as etapas do cultivo e aprender sobre a importância da conservação ambiental. Parte da produção de mudas é doada para as prefeituras das cidades vizinhas, com o propósito de fortalecer a educação ambiental.

As ações da ATN estão distribuídas entre três eixos: Programa de Proteção e Monitoramento da Fauna (recuperação de habitats favorecendo espécies ameaçadas de extinção); Projeto de Proteção e Mapeamento das espécies florísticas (reintegra espécies vegetais nativas) e o Programa de Reflorestamento da Mata Atlântica na região de Itagibá (BA) com a revitalização e preservação do ecossistema.

Para a proteção e monitoramento da fauna, empresas de consultoria ambiental utilizam câmeras trap (remotamente ativadas para capturar fotos ou vídeos de animais sem a presença humana) para mapear ocorrências, atividades e costumes, além de auxiliar no desenvolvimento. As equipes já registraram 387 espécies da fauna silvestre local preservadas na zona da mata. Captaram imagens do mico, saruê, o tatu-peba, gato-do-mato-pequeno, papa-mel e o quati, entre outros. Em seis anos do programa está registrada a expansão de 140 espécies.

No eixo de Proteção e Mapeamento das Espécies Florísticas, a Atlantic Nickel monitora e protege 464 espécies do bioma local. Desde 2018, quando a Appian Capital Brazil assumiu a gestão do ativo, o projeto identificou que mais de 4.200 espécies arbóreas com destaque para o pau-brasil, jacarandá-da-bahia, embaúba-branca, ipê-amarelo, e cedro, entre outras. O reflorestamento da Mata Atlântica inclui o cultivo de mudas de espécies locais, como pau-ferro, jequitibá-rosa, ingá-de-metro, aroeira, pau-brasil, jacarandá-da-bahia e cedro.

Somente em 2024, foram produzidas mais de 50 mil mudas de 35 espécies do bioma local. “Essas espécies contribuem para a recuperação de áreas desmatadas, auxiliam na manutenção da fauna local e na proteção do solo contra erosão. Além disso, o cultivo envolve a comunidade local em ações de preservação, conservação ambiental e práticas sustentáveis”, complementa o diretor Diogo Oliveira.

A Atlantic Nickel possui sede corporativa em Belo Horizonte (MG) e operações concentradas no município de Itagibá (370 km de Salvador). A região é também estratégica por estar a 140 km do Porto de Ilhéus, onde a Atlantic Nickel embarca o concentrado de níquel para exportação.

Urgência na conservação – Um dos biomas mais importantes do Brasil, tanto por sua biodiversidade quanto pelos serviços ecossistêmicos essenciais que proporciona, a Mata Atlântica requer a máxima atenção da iniciativa privada, governos e sociedade. Abriga mais de 20 mil espécies de plantas, além de milhares de animais, muitos endêmicos (existem apenas nesse bioma). Restam hoje menos de 12% de sua cobertura original, boa parte em fragmentos isolados. Sua preservação e recuperação são fundamentais para combater a crise climática e hídrica, além de proteger vidas e a economia.

Lenilde Pacheco é jornalista especializada em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.