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Prejuízo com as chuvas no RS passa de R$ 8,9 bilhões, indica relatório prévio da CNM

Publicado em 14/05/2024 às 18:28 edição Lenilde Pacheco


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Municípios gaúchos em emergência ou calamidade pública: danos em avaliação - Foto: Maurício Tonetto/Secom RS

Os municípios gaúchos afetados pelos temporais desde o fim de abril já contabilizam mais de R$ 8,9 bilhões de prejuízos financeiros, sendo R$ 2,4 bilhões são no setor público, R$ 1,9 bilhão no setor privado e a maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões. Até o momento, foram registrados impactos em 105,6 mil habitações. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) observa que os dados são parciais, uma vez que as gestões locais enfrentam dificuldades de inserir as informações nos sistemas.

A tragédia já soma 148 mortes confirmadas, de acordo com os dados coletados até as 15h desta terça-feira (dia 14).

Nesta segunda (dia 13), o Governo do Rio Grande do Sul atualizou o rol de decretações de anormalidade e mudou suas categorias por meio do Decreto 57.614/2024, excluindo 31 municípios e alterando a categoria de estado de calamidade para situação de emergência de 320 municípios. Dessa forma, apenas 46 municípios estão reconhecidos como em estado de calamidade pelo governo estadual. A CNM informa que há a expectativa de que o governo federal expeça outro decreto atualizando a listagem no mesmo padrão do decreto estadual.

São 446 municípios afetados, segundo a Defesa Civil Estadual. Destes, 397 municípios foram reconhecidos pelo governo federal em estado de calamidade pública, dos quais 331 registraram os decretos no sistema federal. A CNM constatou que a maioria dos municípios que registraram seus decretos de anormalidade, começaram a detalhar os danos materiais e humanos.

Quanto aos prejuízos, apenas 73 municípios começaram a inserir os valores de prejuízos públicos e privados. Portanto, o total estimado de R$ 8,9 bilhões se refere a este número de cidades onde os níveis da água começaram a baixar e o sistema interligado de informações voltou a operar.

Setores mais afetados

O total de R$ 8,9 bilhões em prejuízos foi informado pelos municípios, mas são parciais e estão sendo alterados pelos gestores locais à medida que o nível da água continue a baixar. Desse total, tem-se que R$ 2,4 bilhões são no setor público, R$ 1,9 bilhão no setor privado e a maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões, sendo mais de 105,6 mil casas danificadas ou destruídas. Os dados são parciais, informados pelos gestores municipais e estão sendo atualizados à medida que mais municípios preenchem as informações no sistema federal.

Impacto nas habitações

Danificadas: 96,5 mil;
Destruídas: 9,1 mil;
Total unidades habitacionais: mais de 105,6 mil;
Prejuízos na habitação: R$ 4,6 bilhões.

Setores públicos afetados

Danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras, prédios de serviços públicos, instalações de usos comunitários, etc.): R$ 428 milhões em prejuízos;
Obras de infraestrutura (pontes, calçamento, asfaltamento de ruas e avenidas, viadutos, sistemas de drenagens urbanas etc.): R$ 1,7 bilhão em prejuízos;
Sistema de transportes: R$ 83,6 milhões em prejuízos;
Assistência médica emergencial: R$ 8,8 milhões em prejuízos;
Sistema de esgotamento sanitário: R$ 18,5 milhões em prejuízos;
Limpeza urbana e remoção de escombros (recolhimento e destinação): R$ 37,7 milhões em prejuízos;
Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 4,8 milhões em prejuízos;
Sistema de ensino: R$ 83,8 milhões em prejuízos;
Abastecimento de água: R$ 11 milhões em prejuízos;
Sistema de controle de pragas e vetores (desinfestação e desinfecção): R$ 1,2 milhão em prejuízos;
Distribuição de combustíveis: R$ 2,1 milhões em prejuízos;
Segurança Pública: R$ 2 milhão em prejuízos;
Telecomunicações: R$ 965 mil

Setores privados afetados:

Agricultura: R$ 1,3 bilhão em prejuízos;
Pecuária: R$ 165,3 milhões em prejuízos;
Indústria: R$ 255,5 milhões em prejuízos;
Comércios locais: R$ 127,5 milhões em prejuízos;
Demais serviços: R$ 84,5 milhões em prejuízos.

Danos humanos

148 mortos;
816 desaparecidos;
91,4 mil desabrigados;
651 mil desalojados;
9,6 mil feridos e enfermos;
3,1 milhão de pessoas afetadas.

 

Fonte: Confederação Nacional de Municípios (CNM)