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Ampliação da faixa de areia em Balneário Camboriú avança em ritmo acelerado

Publicado em 03/09/2021 às 08:14 edição Lenilde Pacheco


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Expectativa é concluir a obra até novembro - Foto: Prefeitura do Balneário Camboriú

O alargamento da faixa de areia na Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, avança em ritmo acelerado.  Equipes se revezam trabalhando, inclusive à noite, com o auxílio de uma draga, que retira os grãos de areia do mar para serem transportados até a praia, por meio de uma tubulação de 2,2 quilômetros.

Sob a responsabilidade de um consórcio de duas empresas, a brasileira DTA Engenharia e a belga Jan De Nul, vencedor da licitação realizada pelo município, a obra custa R$ 67 milhões; tem conclusão prevista para novembro.

A faixa de areia da Praia Central tem hoje, em média, 25 metros. Com a intervenção, deve chegar a 70 metros. Segundo o prefeito Fabrício Oliveira, o objetivo é a reestruturação costeira para evitar a forte erosão costeira durante os eventos mais extremos quando ocorrem marés astronômicas de sizígia combinadas com ventos e ciclones extra-tropicais.

Grãos de areia

A draga Galileo Galilei busca a areia em uma jazida que fica a cerca de 15 quilômetros da costa. O local foi selecionado em razão da compatibilidade do sedimento — sua granulometria (tamanho dos grãos) precisava ser compatível com a da areia da enseada. Conforme especialistas, grãos menores são menos resistentes e podem ser levados pelas ondas.

Para viabilizar a transferência do material, 360 tubos de aço, de seis toneladas cada, foram soldados um ao outro, formando uma tubulação de 2,2 quilômetros com extremos voltados para a praia e para o mar. Os canos rígidos ficam submersos, e outros, flexíveis, chegam à superfície nas pontas.

Desenvolvida por norte-americanos na década de 1960, a técnica chamada beach nourishment é a mais usada atualmente para aumento de faixas de areia.

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Especialistas advertem que a técnica pode agredir a fauna e a flora que vivem no local da jazida, seja no processo de retirada da areia ou durante a transferência do sedimento misturado à agua do mar na tubulação. O resultado da operação tem um tempo de vida útil e precisa ser executada corretamente para durar mais tempo.

Longa discussão

Nos anos 2000, o Instituto Nacional de Pesquisas Hidráulicas (INPH) apresentou proposta técnica para o aumento da faixa de areis. A sombra que os prédios na praia foi acrescentada à necessidade de alargá-la. Em 2001 foi feito um plebiscito, e a maioria dos eleitores votou favoravelmente à obra.

Em 2018, o Instituto + BC, associação sem fins lucrativos criada para contribuir em ações para a cidade, doou o projeto executivo de Proteção Costeira e Alimentação Artificial da Praia Central. Com esta iniciativa, a ideia começou a se concretizar.

Fonte: Prefeitura do Balneário Camboriú

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