Especialistas debatem ações para impulsionar a promoção do algodão brasileiro
Publicado em 30/08/2024 às 15:14 edição Lenilde Pacheco
Fomento do consumo do algodão e demandas atuais do mercado serão discutidos - Foto: Wenderson Araújo/CNA
O 14º Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA) reunirá, de 3 a 5 de setembro em Fortaleza (CE), especialistas para discutir estratégias que visam fortalecer a marca do algodão brasileiro nos mercados interno e externo. Organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), o evento contará com a participação de renomados profissionais nacionais e internacionais em debates essenciais para a consolidação da imagem do produto.
O congresso abordará temas cruciais para o fomento do consumo do algodão, alinhados com as demandas atuais do mercado. As mudanças econômicas globais e os avanços tecnológicos estão moldando a produção e comercialização do algodão brasileiro. No dia 4 de setembro, haverá dois painéis: “Agronegócio em Transformação: Análises Macroeconômicas e Tendências Financeiras” e “A Inteligência Artificial Vai Produzir Algodão? O Avanço da Agricultura Digital”.
A primeira plenária, mediada pelo jornalista da rede CNN, Caio Junqueira, apresentará, aos congressistas, pontos de vista sobre como a transformação econômica global e as flutuações do mercado financeiro impactam o setor agrícola, com foco específico no algodão. O Banco do Brasil, Sicredi, Rabobank e Itaú BBA, grandes players no financiamento agrícola, terão destaque, refletindo sobre como suas estratégias financeiras modelam o panorama da produção.
“Na plenária, eu e os principais economistas de quatro dos mais importantes bancos, que trabalham diretamente com o agronegócio brasileiro, vamos falar desde os impactos prováveis para o setor de algodão de temas macro, como taxa de juros, câmbio, e geopolítica mundial até temas específicos para o produtor nacional”, explicou Junqueira.
A discussão também abordará a recente volatilidade nos preços internacionais do algodão e as implicações para o mercado interno, incluindo a produção recorde brasileira e o papel crescente do país nas exportações globais. “A análise das tendências financeiras ajudará a entender como o setor pode se adaptar e prosperar em um cenário econômico em constante mudança”, diz o mediador.
Apesar do alto desempenho na produção e na participação global de mercado, o cotonicultor brasileiro também enfrenta desafios a curto e médio prazo, em função da conjuntura mundial da commodity, sobretudo com a queda dos preços em Nova York e a desaceleração econômica mundial. André Francisco Nunes de Nunes, economista-chefe do Sicredi, será um dos painelistas. Ele avalia que, no cenário atual, a necessidade de financiamento do agronegócio na próxima safra deve ser maior.
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“Analisando os três fatores, como área plantada, custo de produção e disponibilidade de recursos próprios, que ditam a demanda de crédito rural no Brasil, chegamos a essa conclusão de aumento do financiamento. A área plantada total deve expandir no Brasil em 2024/2025, somada a produtores com menor fôlego de caixa, devido à queda das commodities agrícolas nos últimos anos, e custos de produção, que devem permanecer relativamente estáveis, apontam neste sentido”, analisa.
Para debater sobre investimentos, a plenária contará ainda com a presença de Maurício Une, economista-chefe do Rabobank para a América do Sul, com PhD em Economia pela Queen Mary, University of London; Marcelo Rebelo, economista-chefe do Banco do Brasil e professor de Finanças e Gestão de Negócios no Ibmec; e Pedro Barros Barreto Fernandes, diretor de Agronegócio do Banco Itaú, com ampla experiência em mercado financeiro e formação em Engenharia de Produção pela Poli-USP.