ONU coloca turismo no centro de políticas para proteção do meio ambiente
Publicado em 01/02/2023 às 00:21 edição Lenilde Pacheco
Ecoturismo: estabilidade financeira em comunidades locais - Foto: Ana Claudia Jatahy/MTur
A importância do turismo sustentável e resiliente para as políticas públicas que visam a erradicação da pobreza e a proteção do meio ambiente foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Aprovada em dezembro do ano passado e encaminhada aos estados-membros da entidade na última semana, a resolução dá continuidade aos esforços da Organização em posicionar o turismo como elemento fundamental para o desenvolvimento social e a conservação da natureza.
Tendo como tema central a “Promoção do turismo sustentável e resiliente incluindo o ecoturismo com vistas à erradicação da pobreza e proteção do meio ambiente”, a resolução traz uma série de recomendações aos países integrantes a respeito do desenvolvimento do setor turístico e leva em conta outras resoluções e declarações que envolvem o assunto, contando inclusive com importantes aportes da Organização Mundial do Turismo (OMT).
No documento, a ONU reconhece que o turismo é um dos segmentos econômicos mais afetados pela Covid-19, destacando que os desafios para superar a crise exigem soluções integrais, colaboração internacional e apoio financeiro que fortaleça as políticas que asseguram meios de subsistência para quem depende do setor.
A resolução também destaca que o turismo gera empregos e que pode ter efeitos positivos nos meios de vida e na educação (independentemente da idade, sexo, raça, etnia, origem, religião ou situação econômica). Portanto, o segmento pode ajudar na superação da pobreza e no combate à fome, bem como contribuir diretamente para o cumprimento da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Entre os temas apontados na resolução estão o reconhecimento do potencial do turismo sustentável, incluindo o ecoturismo, para melhorar a estabilidade financeira nas comunidades locais. O documento também reconhece que a saúde e o bem-estar dos povos indígenas e das comunidades – em particular de mulheres e jovens – cria oportunidades consideráveis para a conservação e utilização sustentável da biodiversidade e proteção das zonas naturais.
A resolução encoraja os estados-membros a promoverem o turismo sustentável, assim como o cultural e o rural, com o intuito de viabilizar o crescimento econômico sustentável e inclusivo, o desenvolvimento social, a inclusão financeira e possibilitar a formalização no setor laboral. O documento também reconhece a importância das medidas fiscais e o apoio para promover a eficiência econômica e empregos no setor, criando postos de trabalho e incentivando empreendimentos, criatividade e inovação.
A resolução também ressalta a importância do avanço da infraestrutura turística e da geração de emprego, para a promoção da diversificação do turismo, por meio de alianças público-privada.
Por meio do documento, os Estados-membros reconhecem também a importância do investimento em educação e capacitação no setor, de forma a atender as questões específicas do turismo, focando na melhoria da competividade.
No Brasil, o Ministério do Turismo atua em prol de um turismo mais sustentável, inclusivo e seguro com diversas ações de fomento à proteção do meio ambiente e ao incentivo do turismo de natureza feito de forma consciente. Um desses exemplos é o Mapa Brasileiro do Turismo Sustentável, uma ferramenta online e interativa que compila dados das principais iniciativas de boas práticas de sustentabilidade, turismo de base comunitária e de segurança turística no território nacional, permitindo a geração de gráficos, tabelas e planilhas com informações detalhadas de cada iniciativa.
O sistema, que inicialmente lista 168 projetos, serve de referência para novas soluções e investimentos públicos e privados na área, além de representar uma importante fonte de consulta para os turistas e sociedade em geral.