

Amanco Wavin corta desperdício de água com inteligência artificial
Publicado em 16/07/2025 às 13:36 edição Lenilde Pacheco

Central de controle: especialistas focam no diagnóstico para reduzir perdas hídricas - Foto: Amanco Wavin/Divulgação
Lenilde Pacheco*
O uso da Inteligência Artificial (IA) no gerenciamento dos recursos hídricos é crucial para maior eficiência e sustentabilidade. À medida que a crise hídrica se acentua globalmente, novos modelos de gestão são imprescindíveis. Foi o que motivou a Amanco Wavin a criar um sistema de monitoramento, cuja aplicação traz bons resultados socioambientais: desde 2021, o mecanismo evitou o desperdício de 28 milhões de metros cúbicos de água.
Em parceria com a Embasa, as soluções implementadas pela Amanco, na Bahia, contribuem para aperfeiçoar o sistema. No período 2024/25, um acordo de cooperação técnica impulsionou a melhoria da eficiência operacional de redes de água e esgoto, redução de perdas e ampliação da capacidade de resposta a desvios identificados por meio da análise preditiva do serviço, um método que utiliza dados históricos e algoritmos para prever resultados futuros.
Esse trabalho permite detectar vazamentos em tempo real e também prever onde esses vazamentos são mais prováveis, facilitando intervenções eficazes e econômicas. O projeto foi implementado em três áreas de abastecimento de Salvador e no município de Vitória da Conquista. Foram identificados 320 eventos de falhas de equipamentos, falta de dados e vazamentos. A partir dos vazamentos encontrados em apenas uma das áreas de Salvador, foi possível gerar uma economia de 107.693 m³ de água.
A gestão de redes de água e esgoto da Amanco Wavin está implementada em quatro cidades brasileiras, em parceria com companhias de saneamento (Embasa, Sanasa, Sanepar, Águas de Camboriú e Águas Cuiabá), impulsionando a modernização das redes de distribuição de água e na redução de perdas hídricas.
O mais recente estudo do Instituto Trata Brasil, relativo a junho de 2024, mostra que a água tratada perdida no processo de distribuição poderia abastecer 54 milhões de brasileiros por um ano. Diariamente, são mais de 7,6 mil piscinas olímpicas desperdiçadas, equivalente a 37% de todo o líquido tratado. Além de agravar a crise hídrica, a perda eleva os custos para as companhias de saneamento e para os usuários, além de dificultar a preservação das fontes naturais de água.
Com alta tecnologia e inteligência artificial, é possível monitorar vazamentos, calcular perdas, detectar ligações clandestinas e até identificar variações de pressão e riscos de contaminação em tempo real. Nesse cenário, o Amanco Wavin Serviços atua em duas frentes para sanar os mais frequentes problemas das redes.
Os especialistas focam no diagnóstico para reduzir perdas hídricas por meio de uma central de controle. Nela, uma equipe de engenheiros atua no monitoramento de vazamentos, rompimentos, controle de pressão de água e funcionamento irregular de equipamentos de rede hidráulica, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Com os métodos não destrutivos é possível modernizar as redes sem grandes impactos urbanos, com manutenção e intervenções minimamente invasivas, considerando que várias cidades operam com antigas redes de água, esgoto e drenagem que necessitam modernização e adaptação às condições climáticas.
Nesse caso, a modernização das redes ocorre sem escavações tradicionais, reduzindo transtornos para a população e aumentando a eficiência da infraestrutura hídrica. O serviço de reabilitação renova a tubulação existente por meio de soluções estruturais avançadas, melhorando sua capacidade hidráulica. Aplicável às tubulações de até 5 metros de diâmetro, o método assegura reparos mais rápidos e eficazes, minimizando transtornos.
A head de Infraestrutura e Novos Negócios da Amanco Wavin, Fabiana Castro, menciona a relevância das ações que fortalecem políticas públicas para garantir o acesso universal e a qualidade dos serviços de saneamento. “O Amanco Wavin Serviços contribui para melhorar a vida e ampliar o alcance das metas do Marco Regulatório do Saneamento, tornando as cidades mais resilientes e preparadas para os desafios ambientais”, enfatiza.
A empresa também opera no Peru, México e Colômbia, contribuindo para a eficiência hídrica em diferentes mercados. “Para 2025, a expectativa é ampliar ainda mais essa presença, fortalecendo parcerias já existentes e levando inovação e sustentabilidade a ainda mais cidades, fazendo acontecer a verdadeira transformação na gestão hídrica”, conclui a executiva.
O uso de novas tecnologias para evitar perdas no sistema de saneamento básico é importantíssimo. Estudo da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostra que a escassez de água tende a se acentuar com a evidente degradação ambiental, crescimento da população, uso excessivo desse recurso natural e as mudanças climáticas que impõem secas prolongadas, alteração nos regimes de chuva e o aumento das temperaturas. São vários fatores conjugados, reduzindo a disponibilidade hídrica.
* Lenilde Pacheco é jornalista especializada em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.