

Com intercâmbio, Comitê da Bacia do Rio Grande (BA) quer mais sustentabilidade
Publicado em 15/05/2025 às 14:34 edição Lenilde Pacheco

Rio Grande: necessária a ampliação da rede de monitoramento de águas
Em visita técnica ao estado do Nebraska (EUA), integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, que abrange o Oeste da Bahia, acabam de participar da Conferência Global Água para Alimentação, na cidade de Lincoln, e foram ao Upper Big Blue Natural Resources District (em inglês, NRD, Distrito de Recursos Naturais), em York.
A comitiva foi composta por Lia Dugnani, presidente do CBH Grande; Enéas Porto, secretário do comitê; e Gláucia Araújo, membro do colegiado. O Upper Big Blue NRD é responsável pela gestão de recursos naturais em uma área de aproximadamente 728.435 hectares (1,8 milhão de acres), abrangendo cerca de 12 mil poços de bombeamento, monitorados por 500 poços de observação.
O modelo de gestão adotado pelo distrito norte-americano se caracteriza pela integração entre órgãos governamentais e instituições acadêmicas, como a Universidade de Nebraska, promovendo uma abordagem colaborativa na administração dos recursos hídricos.
Os Distritos de Recursos Naturais (NRDs) envolvem ativamente os produtores rurais e a comunidade local na tomada de decisões sobre o uso e monitoramento da água. Essa abordagem fortalece a confiança entre os agentes público e privado, aumenta a transparência e a corresponsabilidade na gestão dos recursos hídricos, sendo um exemplo de gestão para o aprimoramento da atuação dos comitês de bacia na Bahia.
Para Lia Dugnani a troca de experiência oferece subsídios valiosos para aprimorar a gestão dos recursos hídricos na Bahia, especialmente em regiões que enfrentam desafios semelhantes aos existentes no oeste baiano. Eneas Porto também aposta na adaptação de boas práticas e experiências internacionais à realidade baiana, promovendo uma gestão mais eficiente e sustentável”.
Na Bacia Hidrográfica do Rio Grande, no Oeste da Bahia, ainda há necessidade de ampliar e modernizar a rede de monitoramento de águas superficiais e subterrâneas, garantindo dados confiáveis e em tempo real para subsidiar decisões de gestão e outorga. Também é preciso aumentar a produtividade agrícola com uso eficiente da água, sem comprometer a recarga dos aquíferos e a conservação dos ecossistemas, é central para a região.
O secretário do comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande, Enéas Porto, aponta ainda a necessidade de investir na formação continuada de produtores, técnicos e gestores com o propósito de difundir práticas inovadoras, tecnologias e uma cultura de uso sustentável dos recursos naturais.
Experiência norte-americana
O Nebraska utiliza extensas redes de poços de monitoramento (mais de 7.000) para acompanhar, em tempo real, os níveis de água subterrânea e superficial. Sistemas digitais e sensores conectados permitem o acesso público e transparente aos dados, facilitando a tomada de decisões rápidas e baseadas em evidências.
Empresas como Lindsay e Valmont/Valley oferecem softwares de gestão inteligente da irrigação (ex: FieldNet Advisor), que otimizam o uso da água e energia, promovendo maior eficiência e sustentabilidade na produção agrícola.
No Nebraska, é forte a conexão entre universidades, centros de pesquisa e produtores rurais para formatação de soluções tecnológicas e de manejo continuamente testadas, aprimoradas e adaptadas às necessidades do campo.