Agenda Verde: Refinaria de Mataripe tem princípios ESG impulsionados pela Acelen
Publicado em 23/05/2024 às 08:29 edição Lenilde Pacheco
Primeira refinaria nacional, Mataripe começou a operar em setembro de 1950 - Foto: Acelen/Divulgação
Lenilde Pacheco*
Criada pela Mubadala Capital, em novembro de 2021, para administrar a icônica Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde (BA), a Acelen pactuou com os seus stakeholders o propósito de evoluir pelos princípios ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). Em dois anos e meio, traz os resultados dessa jornada para o diálogo com empresas, pessoas e instituições interessadas. A companhia reduziu, por exemplo, em 7.501 toneladas as emissões de CO2 com projetos internos de automação e Indústria 4.0.
A redução de emissões alcançada equivale ao plantio de 626 hectares de árvores, proporcional a pouco mais de 570 campos de futebol. O dado é de 2023 e reforça a proposta da companhia de avançar com a transformação digital e inovação. Para 2024, o objetivo é dobrar as reduções de emissões de CO2 com os programas de automação e a integração de tecnologias digitais avançadas nos processos de produção.
Os ganhos obtidos com essa iniciativa trouxeram vários benefícios, observa o vice-presidente de Operações da Refinaria de Mataripe, Celso Ferreira: “Obtivemos a otimização de custos, segurança e maior confiabilidade do sistema. A área industrial foi a prioridade para novas iniciativas tecnológicas, com incrementos na manutenção preditiva, criação de sistemas para gestão de alarmes e conjunto de soluções para gestão em malhas de segurança”.
Iniciativas para prevenir e minimizar os impactos ambientais da atividade produtiva sobre o meio ambiente e comunidades vizinhas fazem parte da agenda verde da Acelen. O desempenho da companhia nos cuidados com o meio ambiente, segurança e saúde são relatados e divulgados, assim como está estabelecido o compromisso de melhoria contínua nestas áreas.
Em 2023, houve uma redução de 10% do consumo total de água na Refinaria de Mataripe na comparação com 2022. O equivalente ao volume usado em uma cidade de 30 mil habitantes em um ano – uma economia de 1,4 bilhão de litros. O consumo de água da Embasa foi reduzido em 27%, associado ao aumento da utilização em 30% dos recursos hídricos oriundos das represas de Catu e Coreia, ampliando a eficiência hídrica.
As medidas que permitiram a economia de água foram a redução das impurezas das torres de resfriamento, saneamento de vazamentos de água e maior eficiência de sistemas de reaproveitamento das unidades de tratamento de água. O plano de ação incluiu o aumento de 4% do consumo da água de reuso, 28m³/h em relação a 2022. A substituição do cloro gás por pastilhas de tricloro para qualidade da água também se mostrou solução mais segura e eficiente.
O processo para redução do impacto do processo produtivo no meio ambiente registra o pioneirismo da Acelen na pegada zero carbono na logística marítima, com neutralização de cargas de petróleo da África. Os ganhos com a eficiência energética e redução de emissões no meio ambiente podem ser comemorados: no ano passado, a economia foi de 13% no consumo de energia, comparado a 2022. A companhia também alcançou a redução de 29% na geração de resíduos (7 mil toneladas a menos em 2023 comparado a 2022) com a adoção do reaproveitamento de materiais e da economia circular.
Icônica refinaria
No distrito de Mataripe, município de São Francisco do Conde (BA), foi instalada a primeira refinaria nacional. Começou a operar em setembro de 1950, tendo passado por inúmeras atualizações em mais de sete décadas. Diariamente, ela produz GLP, gasolina, diesel e nafta petroquímica. A operação completa inclui ativos como terminais de abastecimento e oleodutos nos municípios de Madre de Deus, Candeias, Jequié e Itabuna. A Mubadala Capital é a subsidiária de gestão de ativos da Mubadala Investment Company, um investidor líder global com sede em Abu Dhabi.
Numa era conturbada, em que o aquecimento global deixou de ser assunto em pequenos círculos de cientistas e passou a ocupar o centro das discussões internacionais, a sustentabilidade na indústria do petróleo é essencial para mitigar os impactos negativos, atender às expectativas regulatórias e sociais, e garantir a viabilidade econômica a longo prazo. Investir em práticas sustentáveis, portanto, é uma questão de responsabilidade, mas também representa oportunidade de inovação e liderança no setor energético.
* Lenilde Pacheco é jornalista especializada em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável