CNM atualiza prejuízos dos municípios com chuvas no RS; impacto é de R$ 13 bilhões
Publicado em 22/08/2024 às 10:07 edição Lenilde Pacheco
Habitação e infraestrutura: fortemente impactadas por eventos climáticos extremos - Foto: Neoenergia
Por Lenilde Pacheco*
Enquanto o Brasil organiza a Agenda Verde na tentativa de atuar como protagonista na solução global para combater a mudança do clima, acelerar políticas de redução de carbono, metano e poluição plástica, saneamento e tratamento de resíduos, agricultura de baixa emissão, energia renováveis e hidrogênio verde, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) contabiliza e divulga a atualização dos prejuízos dos municípios com as chuvas ocorridas em maio no Rio Grande do Sul.
Dados que gradativamente vão sendo consolidados pelo Boletim dos Desastres no Rio Grande do Sul apontam prejuízos de R$ 13,3 bilhões com as tempestades que atingiram o Estado. O setor habitacional é o mais prejudicado, com R$ 4,7 bilhões, sendo 113,6 mil casas danificadas ou destruídas. O setor público responde por R$ 2,6 bilhões e o privado por R$ 6 bilhões, sendo R$ 4,9 bilhões em prejuízos relativos à agricultura e R$ 514,8 milhões à pecuária. O levantamento foi atualizado no dia 16 de agosto.
Desafio Ambiental
A transição para um país mais verde e sustentável precisará priorizar o setor industrial com iniciativas que promovam a eficiência energética e a ampliação do uso de fontes renováveis e investimentos em pesquisa e inovação que permitam descarbonizar a economia. Isso seguiria o compromisso firmado em Paris, em 2015, colocando a indústria brasileira como parte da solução no processo de adaptação às mudanças climáticas.
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Ao alinhar ações de proteção ambiental, em meio ao agravamento das mudanças climáticas, os chefes dos Três Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – no Pacto do Estado Brasileiro sobre Transformação Ecológica, o governo federal dá um passo significativo mas os resultados dependerão de uma grande mobilização nacional, incluindo a participação da sociedade civil.
Seria simples citar a derrubada de milhões de árvores na Amazônia brasileira associada à especulação fundiária como exemplo da complexidade deste processo. Não se trata apenas da mudança de paisagem. O Brasil enfrenta as dramáticas consequências das mudanças climáticas, o desequilíbrio do ciclo hidrológico, os danos à saúde humana e animal, a redução da produção de alimentos e o impacto em muitos outros serviços ecossistêmicos.
O avanço mais expressivo da Educação Ambiental nas últimas décadas poderia já estar contribuindo com ações no âmbito da sociedade civil. Mas nunca é tarde demais para evitar o descarte inadequado de plásticos, têxteis e eletrônicos, ressalvando que o poder público também não conseguiu aperfeiçoar a gestão de resíduos sólidos.
Áreas verdes
Cidades como Goiânia, Belo Horizonte e Curitiba podem ser orgulhar dos cuidados especialmente dedicados à preservação de áreas verdes. As árvores são um dos maiores bens naturais do planeta, principalmente porque atuam na qualidade de vida de todos os seres. Elas são essenciais para o equilíbrio da terra não só pela realização da fotossíntese, mas também por absorverem a radiação solar e o gás carbônico durante o dia. Liberam oxigênio e água, regulam a temperatura sobre a umidade do ar e as chuvas, ajudam a diminuir a poluição do ar,
Na capital baiana, é possível andar um pouco pelas ruas, praças e avenidas para encontrar Aroeiras, Ipês, Oitis, assim como a emblemática Pau-Brasil, compondo a paisagem urbana; algumas delas nativas da Mata Atlântica. Apesar da riqueza de espécies, estudos mostram a baixa frequência de árvores que oferecem alimento à fauna (Gabriel Salles Góes e Maria Zélia Alencar de Oliveira, v. 6, n. 2 (2011) Arborização de ruas e praças em Salvador, Bahia).
*Lenilde Pacheco é jornalista especializada em Meio Ambiente